quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A lição do perdão


O perdão é uma maneira de curar as nossas mágoas e feridas, é a forma de nos religarmos aos outros e a nós mesmos. O problema não é o fato da mágoa acontecer, e sim de não conseguirmos esquecê-la ou nos recusarmos a fazê-lo.
O perdão nos confere muitas coisas, inclusive a liberdade de ser novamente quem somos. Quando perdoamos aos outros ou a nós mesmos, somos devolvidos ao estado de graça.
Perdoar não significa deixar as pessoas pisarem em nós. Quando conseguimos reconhecer que as pessoas são humanas, podemos perdoá-las tomando consciência da nossa raiva. Em seguida precisamos nos livrar da energia da raiva batendo contra um travesseiro, gritando numa praia deserta, desabafando nosso sentimento com um amigo em quem confiamos ou fazendo qualquer outra coisa capaz de expulsar a raiva. Não negue esses sentimentos, experimente-os plenamente. Depois abdique deles. Quando nos desapegamos, nós encontramos a liberdade.
Com frequência, a pessoa que precisamos perdoar somos nós mesmos. Temos que nos perdoar pelo que fizemos e pelo que deixamos de fazer. Sempre que acharmos que cometemos um erro, devemos nos perdoar. Perdoar é compreender os motivos que nos levaram a cometer aquilo que percebemos como erro ou ofensa a alguém. E aprender com a experiência.
Estamos no mundo para cometer erros, para magoar acidentalmente uns aos outros, para nos sentir perdido de vez em quando. Se fossemos perfeitos, não estaríamos aqui. Fizemos o que fizemos porque somos humanos.
O perdão nos ajuda a permanecer em paz e em contato com o amor.
Elisabeth Kübler-Ross

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Wilhem Reich

"Fui acusado de ser um utópico, de querer eliminar o desprazer do mundo e defender apenas o prazer. Contudo, tenho declarado claramente que a educação tradicional torna as pessoas incapazes para o prazer encouraçando-as contra o desprazer. Prazer e alegria de viver são inconcebíveis sem luta, experiências dolorosas e embates desagradáveis consigo mesmo. A saúde psíquica não se caracteriza pela teoria do nirvana dos iogues e dos budistas, nem pela hedonismo dos epicuristas, nem pela renúncia monástica; caracteriza-se, isso sim, pela alternância entre a luta desprazerosa e a felicidade, o erro e a verdade, o desvio e a correção da rota, a raiva racional e o amor racional; em suma, estar plenamente vivo em todas as situações da vida. A capacidade de suportar o desprazer e a dor sem se tornar amargurado e sem se refugiar na rigidez, anda de mãos dadas com a capacidade de aceitar a felicidade e dar amor."
Wilhelm Reich (1942) em "Function Of The Orgasm - Vol 1 Of The Discovery Of The Orgone", Ed. Farrar, Straus and Giroux, 1989

domingo, 19 de setembro de 2010


Experiência:
Entrelace suas mãos. Qual o polegar que fica por cima?
Experimente agora entrelaçar suas mãos com o polegar da outra mão para cima!

Essa é uma brincadeira que M. Erickson fazia para mostrar às pessoas os padrões de comportamentos existentes, sem que na maior parte das vezes tenhamos consciência. O polegar da mão dominante sempre fica para cima e assim você pode observar se é destro ou canhoto...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sobre Elisabeth Kübler-Ross




Renomada médica psiquiatra, nasceu na Suiça e mudou-se para os Estados Unidos, onde faleceu em 2004. Trouxe uma nova consciência ao mundo sobre a morte e morrer. Dedicou sua vida a este tema, publicou nove livros sobre o assunto e recebeu vários prêmios.

Neste livro, Os Segredos da Vida, escrito em parceria com David Kessler, está no final de sua vida. Relata preciosidades extraídas de sua experiência pessoal e profissional.

Podemos aprender com a experiência, acertos e erros de outras pessoas. E, quando nos deparamos com a fase final, as lições surgem com clareza.

Uma excelente fonte motivacional para termos uma boa vida!

Elisabeth Kübler-Ross - Entrega

Foto- Adam Dobrovits

A lição da Entrega



Muitas pessas tem medo de se entregar achando que significa desistir e ceder, o que é um sinal de fraqueza. Mas a entrega não encerra fraqueza nem dor. [...] Desejamos controlar as situações, queremos fazer as coisas acontecerem do nosso modo. Igualamos a atividade à força, a passividade à fraqueza.

O sinal de que é hora de nos entregarmos acontece quando nos sentimos exaustos por tentar controlar uma situação ou vencer uma batalha. Quando isso acontece, precisamos nos entregar para nos desapegarmos desse aperto mortal. Para nos livrarmos da preocupação constante e interrompermos a luta tão destrutiva. Essa luta nos impede de viver o momento presente, impede os relacionamentos alegres, destrói a criatividade e pertuba a nossa felicidade e satisfação.[...]

O universo governa com maestria este planeta surpreendentemente complexo. Sabemos disso e nos entanto temos medo de nos entregar a esse poder. Não é fácil descobrir o bem ou a lição em uma situação difícil. Podemos ficar perplexos, pertubados ou mesmo nos revoltar. Mas com frequência, a única maneira de o universo nos curar e fazer crescer é nos colocando diante de situações penosas. Nenhum de nós sabe de fato porque as coisas acontecem na nossa vida. VIVER EXIGE HUMILDADE, PORQUE A VIDA É UM MISTÉRIO. TUDO SERÁ REVELADO NO DEVIDO TEMPO.

Como se entregar? Desistindo de querer que as coisas sejam do nosso jeito.

Existe uma importante diferença entre entrega e mera abdicação. Desistir é desesperar-se, rejeitar a vida que temos. Perceber que sempre temos escolhas, em qualquer situação, significa nos entregarmos. Quando negamos a situação ou nos voltamos contra ela, estamos desistindo. Quando nos voltamos para ela e a acolhemos tal como é, estamos nos entregando.[...] Você não pode mudar a sua infância infeliz, mas pode ter hoje qualidade de vida. Você não pode obrigar alguém a amar você, mas pode parar de desperdiçar o seu tempo e energia com essa pessoa. Você não pode brandir a varinha mágica e fazer um cancer desaparecer, mas isso não significa que a vida tenha acabado.

Se uma coisa deve ser mudada e você tem o poder de modificá-la, vá em frente. Mas aprenda a reconhecer situações que não podem ser alteradas. São momentos que sentimos que estamos remando contra a maré, quando lutamos e temos medo. São as ocasiões em que precisamos aceitar a situação e nos entregar. Caso contrário, a nossa luta nos consumirá.

Se você não se sente em paz, está na hora de entregar-se.

Se a vida não está fluindo, está na hora de entregar-se.

Se você acha que é responsável por tudo, está na hora de entregar-se.

Se você quer mudar o que não pode ser mudado, está na hora de entregar-se.

O universo nos fornece as ferramentas para que cumpramos o nosso destino quando deixamos que as coisas sigam normalmente o seu caminho.

Oração da serenidade

Senhor, dai-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que eu posso e sabedoria para distinguir umas das outras.

domingo, 12 de setembro de 2010

Elisabeth Kubler-Ross - RAIVA

"Estudos demonstram que pacientes que expressam sua raiva vivem mais tempo.
Refrear a raiva é eliminar um dos importantes sistemas de aviso do corpo. A raiva nos adverte que estamos sendo feridos ou que nossas necessidades não estão sendo atendidas, e neste sentido pode ser uma reação normal e saudável diante de muitas situações. Por outro lado, ela pode ser, como a culpa, um indício de que algo não está em sintonia com nossas crenças. A raiva ocasional, externada em reação a situações perniciosas é saudável.
A raiva é apenas isso: um sentimento que deve ser vivenciado e não julgado. Como todos os sentimentos, a raiva é uma forma de comunicação que nos traz uma mensagem.
A raiva nos diz que deixamos de lidar com a nossa mágoa. Á medida que acumulamos mágoas e não lidamos com elas, a raiva cresce. E pode crescer de tal forma que nos dá a sensação de fazer parte de nós. Começamos a nos ver como pessoas más. A raiva torna-se parte de nossa identidade.
Além de ficar com raiva dos outros, ficamos com raiva de nós mesmos por causa do que fizemos ou deixamos de fazer. Ficamos com raiva quando sentimos que, ao tentar agradar os outros, traímos a nós mesmos e aos nossos sentimentos. Ficamos com raiva quando deixamos de atender nossas necessidades e carências. Ficamos muita vezes com raiva dos outros por não darem o que achamos que merecemos, sem nos darmos conta de que estamos com raiva de nós mesmos porque não nos fizemos respeitar e por não exigirmos nossos direitos.
Quando voltamos as raiva para dentro de nós, ela com frequência se expressa através de sentimentos de depressão ou culpa.
O medo inconsciente também pode se transformar em raiva.
O que fazemos com a raiva - a forma de expressá-la- é que pode ter efeitos negativos.
A raiva é um sentimento natural que passa, e não um modo de ser permanente."

Trechos extraídos do livro OS SEGREDOS DA VIDA, de Elisabeth Kubler- Ross e David Kessler